AtividadeII
I Unidade
Estudante
Turma
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Atividade de fixação
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ESPAÇO PRIVILEGIADO DA HEGEMONIA
A educação dos consensos via mídia-partido
por Carlos Eduardo Rebuá
Antonio Gramsci (1891-1937) notabilizou-se como um dos mais importantes e criativos intérpretes da obra de Karl Marx, renovando profundamente a teoria marxiana e dialogando em seus escritos diretamente com Vladimir Lênin, sobretudo no que se refere aos temas da revolução proletária, do papel do partido revolucionário e da caracterização do Estado.
Marxistas e críticos do marxismo convergem num ponto ao analisar a produção do filósofo sardo, produzida sobretudo nos cárceres do fascismo italiano de Mussolini: seu conceito mais fundamental é o de hegemonia. Entendida como liderança cultural e ideológica de uma classe sobre as demais, a hegemonia compreende disputas de sentido e embates de visões de mundo, assim como mediações de força (num “equilíbrio instável”)[1] em contextos históricos específicos (Moraes, 2009, p.35).
A sociedade civil, arena privilegiada da luta de classes e terreno sobre o qual se dá a luta pelo poder ideológico, representa outro elemento significativo do pensamento de Gramsci. Entendendo a sociedade civil como um momento constitutivo do Estado (como um “Estado ampliado”, em oposição à concepção de Karl Marx e Friedrich Engels de “Estado restrito”), assim como a sociedade política (aparato político-jurídico – o “espaço da coerção”), o pensador marxista defende que a sociedade civil é composta pelo que chamou de “aparelhos privados de hegemonia” (igrejas, escolas, sindicatos, partidos, meios de comunicação etc.), afirmando-se como o “espaço da hegemonia”, do consenso. Seu pensamento dialético permitiu a Gramsci compreender que na orquestração do consenso ideológico[2] pela classe hegemônica, força e consenso (poder + hegemonia) atuam juntos, ainda que nem