Análise do filme Matrix No filme Matrix, Neo, o protagonista, é um homem com duas identidades, sendo uma a de um programador de softwares em uma empresa e outra a de um hacker que pratica os mais diferentes tipos de crimes virtuais. Em certo dia ele recebe orientações que o vão levar a um submundo, que seria o mundo real, diferentemente do Matrix, que seria um mundo de ilusões, criado através de softwares. Inicialmente o personagem possui uma vida conturbada, porém se deixa guiar pelas orientações que chegam até ele. Desta forma Neo chega até Morpheus, o qual diz que ele é o escolhido. Morpheus propõem, então, que Neo escolha entre a pílula azul, a qual o levará de volta ao Matrix, ou seja, para uma vida irreal, ou a pílula vermelha, a qual o fará “renascer” no mundo real, tirando-o do mundo das ilusões. Neo confia no que Morpheus o propõe e, tomando a pílula vermelha, torna-se consciente da verdadeira realidade por trás do Matrix. Nessa fase, apesar de confiar, o medo surge ao penetrar nesse novo mundo, lugar este que o fez enxergar que tudo que antes vivera fora uma mentira, e que sua vida, até então, fora ilusória. Após uma manifestação de revolta, Neo retoma a sua razão, principalmente pelo fato de não haver volta: “a ignorância, muitas vezes, é uma benção”. Nem sempre as pessoas estão preparadas para se livrar do véu da ignorância, podendo seu processo de individuação sucumbir frente a um novo paradigma. Morpheus (por analogia, esse personagem pode ser considerado o analista) diz que, no caso de Neo, era preciso ser revelado a verdade precocemente, pois ele era o “escolhido”. A partir daí, mesmo não acreditando, Neo incorpora, paulatinamente, o arquétipo do Salvador (cuja imagem na tradição judico-cristã é a de Jesus Cristo), sendo a pessoa cujas características únicas a torna especial, ou seja, possuidora de...