ATAFONA - DG A viagem Começa
A Viagem Começa
Atafona não existia em meu mapa mental. Talvez culpa de algum geógrafo que colocou minha cidade tão longe de tamanha preciosidade da natureza.
Então houve um dia que ainda está vivo em minha memória: minhas primeiras pisadas nas areias misturadas com terras e com imagens que não tentarei descrever, pois seria uma ofensa à natureza atafonense. O calor, o sol, o sal, o horizonte, a calmaria, as marés ondulantes, uma serenidade provocante tudo compondo imagens que penetraram em meu ser, me tornando docemente um escravo especial destas sensações.
Atafona, uma praia, eis que toma de assalto com um cativante poema não escrito, mas inscrito profundamente como uma canção da natureza.
A viagem propriamente dita começa numa curva, que muitos nem a enxergam, nem dão a merecida atenção; mas que está lá presente e silenciosamente sorrindo, assim passo a chamá-la “Curva do Sorriso”.
Atafona, em pleno litoral fluminense, que fui encontrar em um mapa de São João da Barra, me recebe com carinho, com vibrações que jamais havia sentido e com o calor de quem entre ondas que vão e vem, toma conta de todo meu ser. As ondas do mar construindo as dunas e destruindo construções eis uma poesia que não tem que haver julgamentos ou condenações.
Então repito com veemência: o mar e as ondas conjugados com intensidade devido ao sorriso e ao olhar além dos horizontes, de quem visualiza o futuro além das curvas e se higieniza a alma ao declinar o corpo nas dunas como que em oração silenciosa.
Atafona, um paraíso real, onde reis e rainhas anônimos contam histórias e convivem glórias, mesmo que não valorizadas por mentes materialistas, mas mesmo assim existindo e se apresentando para a eternidade.
Atafona que parece significar “engenho de moer grão”, tem uma engenharia natural de moer sensações, fantasias, sentimentos e sonhos, cativando presenças e sentenças de amores diversos. Eis aqui, nesta ousada viagem, um foco de vivências de privilegiados contadores de