Ata do consilio dos deuses
Aos dois dias do mês de Março de mil quatrocentos e noventa e nove realizou-se, pelas dez horas, no , um Consílio dos Deuses com a seguinte ordem de trabalhos:
Ponto único - Deliberação sobre a ajuda a dar aos portugueses na descoberta do caminho marítimo para a .
A reunião foi presidida por e estiveram presentes todos os convocados.
A abrir a sessão, Júpiter recordou à Assembleia os feitos heróicos já realizados pelos , tanto mais valorosos quanto se tratava de um povo com pouco poder que já tinha vencido mouros e castelhanos. Referiu ainda que, no momento presente, enfrentava, com parcos recursos mas, grande determinação, os perigos marítimos, tendo como objectivo chegar às terras do . Declarou, também, que já lhe estava prometido pelo Fado eterno, o domínio, por muito tempo, dos mares do oriente, tinham passado um inverno no mar e enfrentado duros perigos, os estavam exaustos, por isso, decidira que a armada fosse amigavelmente recebida na costa , para retemperar forças antes de prosseguir a viagem.
Na sequência desta declaração, manifestou a sua discordância, defendendo que, se chegassem ao Oriente, os portugueses dominariam a região e os seus feitos fariam esquecer famas anteriores. Ele próprio, Baco, deixaria de ser adorado e perderia a sua glória.
A deusa , discordando de Baco, apoiou a decisão de Júpiter, com as qualidades do povo português, semelhantes às do povo , descendente do seu filho.
Gerou-se, então, grande tumulto na Assembleia.
O deus , levantando-se para expor as suas razões, repôs a ordem na reunião, e dirigindo-se a Júpiter incentivou-o a não dar a Baco, pois as suas opiniões não se baseavam na razão, mas em sentimentos mesquinhos como a , e aconselhou-o a não voltar atrás da decisão tomada, pois seria sinal de .
Júpiter concordou com as palavras de Marte, fazendo um gesto de aprovação, e, de seguida, espalhou pelos deuses que se preparavam já para regressar aos seus .
E nada mais havendo a tratar,