Tian wen lue (Resumo de astronomia) é uma obra famosa de Yang Manuo, o nome chinês do padre Manuel Dias (1574-1659), também conhecido como Emanuel Diaz. Diaz, um missionário jesuíta português, chegou à China em 1610 e em Pequim em 1613. Ele também passou um tempo em Macau, Shaochuan, Hangzhou, Ningbo, Fuzhou e outras cidades. Ele morreu em Hangzhou, durante o reinado da dinastia Qing do imperador Shunzhi. Comumente conhecido por seu título em latim, Explicatio Sphaerae Coelestis, o livro foi publicado pela primeira vez em 1615. Esta cópia é a edição original. Foi a primeira obra a introduzir o telescópio na China, inventado e usado em observações astronômicas poucos anos antes pelo matemático e astrônomo italiano Galileo Galilei. Galileo apoiou a visão heliocêntrica de Copérnico, sustentando que o sol era o centro do sistema solar, uma visão pela qual ele foi denunciado e, por fim, julgado pela Inquisição. Referindo-se a Galileu, Diaz escreveu que existiu um europeu que havia criado uma espécie de instrumento que “observa lugares distantes como se estivessem perto”. Embora ele mencionasse a teoria heliocêntrica, Diaz não estava convencido e continuou apoiando a visão geocêntrica. Os temas de Diaz eram a astronomia e a ciência, mas seu principal objetivo era difundir o cristianismo, proclamando “a base do conhecimento do céu é a moralidade e a base da moralidade é conhecer e servir a Deus”. O título chinês do livro, Tian wen lue, originou da Tian wen, antologia do poeta Chu pelo poeta Qu Yuan (por volta de 340–278 a.C.). Enquanto Qu Yuan acreditava em nove esferas celestes, Diaz apresentou as 12 divisões. Seguindo o método do missionário jesuíta Matteo Ricci de explicar conceitos cristãos em termos familiares para os chineses e levando em conta a familiaridade do povo chinês com as nove esferas celestes, Diaz reuniu e promoveu a astronomia desconhecida e a religião, colocando Deus na 12ª divisão, chamada Montanha do Paraíso, assim, de uma forma visual e