Asma, introdução
Rev Bras Pneumol Sanit 2007; 15(1):
INTRODUÇÃO
A asma, uma das doenças crônicas mais comuns em todo o mundo, é uma síndrome complexa, com diferentes fenótipos clínicos em adultos e em crianças.
A grande variedade de apresentações clínicas e de evolução é um obstáculo para uma classificação única, passo importante para definições diagnósticas e terapêuticas. A asma costuma ser classificada segundo os fatores desencadeadores de sintomas, a gravidade e freqüência dos sintomas, ou mesmo de acordo com a resposta aos tratamentos disponíveis. No entanto, seria ideal se pudesse ser classificada segundo os mecanismos moleculares envolvidos na sua gênese e evolução, o que apontaria diretamente para os alvos diagnósticos e terapêuticos. Dessa forma, fica a dúvida se há diferentes tipos de asma ou se há apenas um mecanismo central com variações na gravidade e nas interações com outros fatores, determinando diferentes fenótipos. LINGUAGEM MÉDICA
ASMA
A palavra asma é de origem grega e era empregada para expressar a dificuldade respiratória. Hipócrates utilizou a palavra asma no plural. No livro "Dos ares, das águas e dos lugares", no capítulo sobre climas (II,12) menciona que nas cidades expostas aos ventos quentes "as crianças são atacadas de convulsões, de asmas..." Também no Aforismo III.22 refere que diversas doenças são mais freqüentes no outono, dentre as quais cita "as asmas". Hipócrates foi, assim, o primeiro a assinalar o vínculo entre a asma e as condições ambientais. Celsus (séc. I d.C.), em seu tratado De medicina, livro IV.8 escreveu: "Há uma doença que entre os gregos recebe diferentes nomes conforme a sua intensidade. Consiste em dificuldade de respirar; quando moderada e sem sufocação é chamada dispnéia; quando mais acentuada, de modo que o paciente respira com ruído e esforço, asma
, e quando a respiração só é possível na posição erecta, ortopnéia". Aretaeus, no séc. II d.C., descreveu a asma como dispnéia de esforço: "A