As l nguas da Am rica Latina
Latina
Natalia Baggio
Saimon Perin
• Muita gente pensa que nos países da América Latina são faladas apenas duas línguas, o espanhol e português. Mas na realidade há centenas, ainda que um grande número delas esteja em risco de extinção.
• Há dois países onde não só o castelhano mas também certas línguas indígenas têm estatuto oficial: Peru e Paraguai. No
Peru, quéchua e o aimara são reconhecidos como oficiais pela constituição, mas num papel secundário.
• Na prática, são reconhecidas apenas para serem usadas e ensinadas dentro das respectivas comunidades indígenas e não há nenhuma tentativa séria de tratá-los como línguas nacionais. Já no
Paraguai, o guarani é realmente a segunda língua nacional, ensinada em todas as escolas.
• Existe um curioso preconceito segundo o qual as línguas indígenas são
"afetivas", "sentimentais", ao passo que as línguas europeias são "lógicas",
"racionais". Isso nada tem a ver com as línguas em si, mas com a forma como são aprendidas e usadas pelos bilíngues. • E o (indivíduo) bilíngue continua usando em esferas relacionadas com a racionalidade e a impessoalidade: as repartições públicas, a relação com os superiores, o comércio nas grandes cidades. São raras as tentativas de alfabetizar indígenas.
• O índio "ladino" (isto é, o que fala uma língua latina) e o mestiço latinoamericano geralmente aprendem a língua indígena com a mãe e com seus companheiros de infância e a usam em contextos íntimos, familiares ou de amizade. Pelo contrário, uma língua como o castelhano (ou outra europeia qualquer) é aprendida na escola.