As Três Éticas do Conceito de Desenvolvimento Sustentavel
1. O conceito de Desenvolvimento Sustentável (DS) foi proposto pela Comissão Mundial de Desenvolvimento e Ambiente das Nações Unidas em 1.987. Em 1.992 ele foi ratificado por 147 nações do mundo na II Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento e Ambiente, no Rio de Janeiro. Desde então, lideranças políticas, sociais e econômicas e técnicos, gestores e cientistas tem se esforçado para compreender as implicações das inovações que sua aplicação na prática tem demandado. Esta valorização pedagógica do conceito vem neste sentido: tentar explicitar as éticas do conceito, entendo-as como as emoções verdadeiras sentidas por uma pessoa ao praticar o conceito.
2. O conceito de DS possui duas éticas explícitas, fáceis de serem sentidas e visualizadas por qualquer pessoa. A primeira emerge da associação intergeneracional, quando propõe um compromisso de sustentabilidade a ser assumido pelas gerações atuais com as gerações futuras. É a ÉTICA DA SOLIDARIEDADE. A solidariedade é a emoção do partilhar, do doar e presupõe uma economia prévia, uma poupança. Não se pode doar o que não se tem. Com esta ética o DS está propondo que deixemos um mundo melhor como legado para os que virão. Trata-se portanto de colocar-nos de acordo sobre a construção deste legado e de como todos poderão participar. A ética de solidariedade com as gerações futuras implica numa solidariedade entre as próprias gerações atuais, de modo a reduzir a indiferença humana, causa maior da degradação da natureza, da violência de nossas sociedades e da dificuldade das pessoas em usufruirem uma melhor qualidade de vida.
3. A segunda ética emerge do objeto da solidariedade com as gerações futuras, o ambiente. Mais precisamente a natureza que ocupamos e a cultura com a qual nos servimos dela para viver. É a ÉTICA DA SUSTENTABILIDADE. A sustentabilidade é a emoção de colher o fruto, de plantar a semente, de cultivar a maturidade, sempre com a