AS TEORIAS DA EDUCAÇÃO E O PROBLEMA DA MARGINALIDADE DE DERMEVAL SAVIANE
1679 palavras
7 páginas
ReferênciasSAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 35 ed. Revista-Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2002. P.03-34
AS TEORIAS DA EDUCAÇÃO E O PROBLEMA DA MARGINALIDADE
“Grosso modo, podemos dizer que, no que diz respeito à questão da marginalidade, as teorias educacionais podem ser classificadas em dois grupos. No primeiro, temos aquelas teorias que entendem ser a educação um instrumento de equalização social, portanto, de superação da marginalidade. No segundo, estão as teorias que entendem ser a educação um instrumento de descriminação social, logo, um fator de marginalização” (p.01). “[...] Assim para o primeiro grupo a sociedade é concebida como essencialmente harmoniosa, tendendo à integração de seus membros. A marginalidade é, pois, um fenômeno acidental que afeta individualmente um número maior ou menor de seus membros, o que, no entanto, constitui um desvio, uma distorção que não só pode como deve ser corrigida” (p.04). “[...] Sua função coincide, no limite, com a superação do fenômeno da marginalidade. Enquanto essa ainda existir, devem se intensificar os esforços educativos; quando for superada, cumpre manter os serviços educativos num nível pelo menos suficiente para impedir o reaparecimento do problema da marginalidade” (p.04). “Já no segundo grupo de teorias [...]. Nesse quadro, a marginalidade é entendida como um fenômeno inerente à própria estrutura da sociedade. Isso porque o grupo ou classe que detém maior força se converte em dominante se apropriando dos resultados da produção social, tendendo, em conseqüência a relegar os demais à condição de marginalizados. Nesse contexto a educação é entendida como inteiramente dependente da estrutura social geradora da marginalidade, cumprindo aí a função de reforçar a dominação e legitimar a marginalização. Nesse sentido, a educação, longe de ser um instrumento de superação da marginalidade, converte-se num fator de marginalização já que sua