As Tecnologias e a Formatação Profissional
O planeta realmente existente tem 15% de habitantes, de países ricos, que controlam 80% do PIB mundial. Estados Unidos, União Européia e Japão asseguram 85% das publicações científicas mundiais. A China, com um quinto da população mundial, apenas 2%. O Terceiro Mundo no seu conjunto, com quatro quintos da população mundial, não chega a 10%. Isto na entrada de um século onde o acesso e controle da informação se tornam o elemento chave. O universo não está "plugado". A metade da população mundial ainda vive no campo, o analfabetismo atinge mais de um bilhão de pessoas, bilhões de pessoas foram reduzidas a um nível de pobreza que torna a internet e semelhantes uma piada. O futuro está repleto de potenciais, sem dúvida. Mas chegaremos lá?
O grande desafio que se coloca, portanto, é o da construção das novas formas de organização da produção, do trabalho, da política, da solidariedade social, formas capazes de aproveitar de maneira positiva o potencial radicalmente novo que as tecnologias apresentam.
A informação generalizada pode ser um instrumento poderoso para facilitar a reconversão social que se prepara. Tal como evolui hoje, serve essencialmente para concentrar mais poder, e para aprofundar o fosso social. A democratização dos meios de comunicação constitui hoje a linha de frente das transformações.
As novas tecnologias de comunicação e da informação, como bem mostra o Human Development Report 2001 - Making New Technologies Work for Human Development, permitem que comuniquemos melhor, que se construam dinâmicas mais democráticas e mais equilibradas. Mas apenas permitem, pois os efeitos reais dependam da nossa capacidade de gerar instituições onde as tecnologias estejam a nosso serviço, e não o inverso1.
O texto ´Informação para a cidadania e o desenvolvimento sustentável´, do Professor Ladislau Dowbor, mostra como as Tecnologias da Informação e Comunicação proporcionam novas perspectivas para se