As origens históricas e conceituais da medicina moderna e das políticas de saúde
Através da análise das características históricas do surgimento da Medicina Social em países da Europa Ocidental tais como Alemanha, Inglaterra e França é possível traçar um paralelo com algumas políticas de saúde vigentes no Brasil na atualidade, visto que nosso país sofreu forte influência desta cultura.
O desenvolvimento de práticas de saúde está intrinsecamente ligado ao processo social vigente em uma determinada sociedade. A Europa da Era Moderna passou por um intenso processo de urbanização, industrialização e estruturação do Estado.
É na passagem da Idade Média para a Era Moderna que surge o registro simbólico do cidadão, ou seja, além de criaturas de Deus os homens pertencem também a um Estado, uma cidade. Nota-se aí a ascensão do racional sobre a religião, conceito esse que impera até os dias atuais na nossa sociedade.
Nessa época houve ainda um grande aumento da população urbana excedendo a disponibilidade de habitação. Notamos situação semelhante no Brasil.
Os grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro enfrentaram um crescimento populacional desenfreado que ocasionou a ocupação de morros e o surgimento de moradias e condições de vida precárias, além da deterioração do meio ambiente.
Com o meio ambiente deteriorado existe maior facilidade da disseminação das doenças, pois não existe saneamento básico, condições de higiene. Tal cenário tem maior impacto nas camadas mais vulneráveis da população.
Na Alemanha surgiu a chamada Ciência do Estado que se caracterizava por um conjunto de conhecimentos especializados como demografia, geografia que serviam para reestruturar normas de controle institucionais diante da nova realidade social. Na atualidade utilizamos esses conhecimentos para promover práticas de saúde de acordo com as diferenças climáticas, geográficas de cada região, direcionando assim a implantação de políticas que levem em conta essas