As Necessárias Morte de Deus; Da Morte de Deus à Morte do Homem (Resumo)
O quarto capítulo expõe às duas vertentes da morte de Deus. Inicia com a sociológica. Vê-a como consequência da imposição da razão técnico-instrumental sobre a razão moral. O progresso técnico e o pensamento científico transformam a visão do mundo. Tanto Weber como a Escola de Frankfurt analisaram o fenômeno dessa unilaterização da razão iluminista na direção da instrumentalidade. Dessa visão resulta uma inevitável e necessária morte de Deus, já que não se necessita de nenhum Deus justificador e legitimador dos feitos humanos. Os teólogos da secularização, D. Bonhöffer, F. Gogarten e outros desenvolveram uma teologia na linha da autonomia da criação, do silêncio de Deus, do testemunho vivo do cristão. A transcendência de Deus se deve buscar na imanência do mundo. A filosofia da morte de Deus se desenvolve no seio da esquerda hegeliana, nos mestres da suspeita. Defendia-se uma “supressão dialética” da religião no sentido de liquidação. L. Feuerbach se torna paradigmático nessa escola. Inverte os postulados do idealismo, partindo do eu real sensível, reduzindo o sobrenatural à natureza, o transcendente ao imanente. Encontramos o antropologismo ateu. No capítulo quinto, o autor traça o itinerário da morte de Deus à morte do homem. O anúncio da morte Deus tem dupla face. De um lado, ela foi necessária para abrir espaço ao ser humano para existir como tal, para assumir sua maioridade, doutro lado, conduziu também a um niilismo que terminou na própria morte do homem. O ser humano enfrenta o duplo caminho do vazio ou da auto-afirmação.
Cap. 4, As necessárias mortes de Deus.
1. Vertente Sociológica da Morte de Deus.
Segundo Àngel Castiñeira, o progresso técnico transformará a visão de mundo, e levará a vertente sociológica da morte de Deus. Nesse contexto, a física se afasta da metafísica, e a técnica ocupa o lugar da religião; a natureza perde seu encantamento e é reduzida à símbolos apenas, assim o homem vai perdendo o seu acesso a Deus, até que