As melhores coisas do mundo

Em síntese, o filme As melhores coisas do mundo conta a história de Mano, um adolescente de 15 anos que vivencia novas experiências, além de crises familiares e de relacionamentos, fazendo-o descobrir diferentes faces de sua identidade. O universo de Mano é o de um jovem de classe média alta, filho de professores universitários. Esse recorte de narrativa traça também um recorte dentro dos discursos e do universo das juventudes contemporâneas, uma vez que há muitas maneiras de ser jovem e elas são influenciadas diretamente por questões culturais, econômicas e sociais. O discurso ficcional, no caso de As melhores coisas do mundo busca, através de seus recursos e escolhas de representação, a fusão entre atores e personagens. Os atores são filmados como parte dos ambientes e as situações (sexo, respeito à diversidade, família, amizade, bullying) são encenadas em tom de naturalidade, amplificando o sentimento de pertença entre personagens, atores e público. A partir do drama familiar que abre o filme, a separação dos pais e a posterior descoberta da homossexualidade do pai de Mano, o jovem vai vivenciar situações que vão fazê-lo buscar uma postura diante do mundo, começando por saber reconhecer-se, as situações vão desde escolha sobre fumar ou não fumar, primeira relação sexual e uso de camisinha, confiança, bullying e todos esses acontecimentos tendo com um ponto de narrativa centralizador o uso das novas tecnologias e seus impactos nas relações sociais do jovem em sociedade. Esta escolha discursiva reflete as teorias do campo da Juventude que não cansam de atribuir-lhe um papel renovador dentro no seio social, levantando questões novas que precisam ser mais bem iluminadas e discutidas. O linguajar, o vestuário, a trilha sonora que transita entre o rock e o pop, os blogs que podem ser acessados pelo público, o uso da internet e dos aparelhos tecnológicos, bem como tudo que compõe o campo das interações dos personagens de As melhores coisas do mundo evocam discursos