as horas
São retratos de vidas em épocas diferentes, que se entrelaçam através de um livro, “Mrs. Dalloway”. É um filme de alma feminina, onde, nos artifícios da trama, outras mulheres se reconhecem no drama existencial de cada uma das personagens, humanizando assim o lado da ficção. Uma mulher que gostaria de ser uma personagem de um romance, uma que o escreve (a própria Virgínia Woolf), outra que o vive.
Acompanhamos, dessa forma, um dia na vida dessas três mulheres. São três histórias em espaços temporais distintos, mas intercaladas na narrativa. Virginia Woolf é a escritora do livro, que afastada da vida agitada de Londres por seu marido, a conselho médico, percebe-se a cada dia, mais infeliz e amargurada. A mesma, é retratada na altura em que escreve o livro em questão, onde seus conflitos internos são repassados para a obra, inclusive o suicídio. A segunda mulher é Laura, dona de casa, esposa e mãe. Laura encontra-se desesperada dentro de um casamento onde os sentimentos são artificiais, pois embora viva num ambiente de tranqüilidade e aparente felicidade, se sente vazia e cogita a morte para escapar da realidade da sua vida medíocre; ela está a ler o livro de Virgínia Woolf, o qual reforça sua idéia de evasão e suicídio. A terceira é Clarissa, uma bem sucedida editora, mulher cosmopolita do século XXI, vive um relacionamento lésbico de longa data e se identifica paradoxalmente com Mrs. Dalloway. Tudo o que Clarissa deseja no momento é que sua festa em comemoraçaõ a atribuição de um importante prémio à obra poética de Richard, seu melhor amigo e ex-amante dê certo. Richard encontra-se debilitado pela AIDS e vive fechado em um apartamento frio e sujo. No meio dos preparativos, Clarissa pressente o