As empresas morrem jovens
Por que tantas empresas morrem jovens? As provas acumuladas indicam que as empresas fracassam porque suas políticas e práticas se baseiam predominantemente no pensamento e na linguagem da economia. Em outras palavras, as empresas morrem porque seus executivos se concentram exclusivamente na produção de bens e serviços e se esquecem de que sua organização é uma comunidade de seres humanos que trabalha em uma empresa – de qualquer tipo - para se manter viva. Os executivos se preocupam com terra, trabalho e capital e negligenciam o fato de que
“trabalho” significa pessoas de verdade.
O que há de tão especial sobre as empresas duradouras? As que eu passei a chamar de “empresas vivas” têm uma personalidade que lhes permite evoluir harmoniosamente. Elas sabem quem são, entendem qual seu papel no mundo, valorizam novas idéias e novas pessoas e administram o dinheiro de uma maneira que lhes propicia controle sobre seu futuro. Resumindo, as empresas vivas produzem bens e serviços para ganhar seu sustento exatamente como nós fazemos por meio de nossos empregos. Antes de discutir as características da empresa viva com mais profundidade são necessárias certas informações históricas. Em 1983, um grupo da Shell do qual eu fazia parte decidiu aprender mais sobre a longevidade empresarial estudando companhias mais antigas que a nossa. Como naquela época a Shell já tinha cerca de 100 anos, decidimos analisar empresas que já existissem nos últimos 25 anos do século XIX, fossem importantes em seu setor e ainda possuíssem uma forte identidade corporativa.
Nossa equipe descobriu 30 organizações na América do Norte, na Europa e no Japão que atendiam àqueles critérios. As empresas tinham de 100 a 700 anos e 27 delas - como DuPont, W.R. Grace, Kodak, Mitsui, Sumitomo e Sie- mens- dispunham de excelente documentação.