As Categorias de Aristóteles
A muito o homem busca reconhecer o mundo no qual está inserido, sente a necessidade de compreender seu papel no mesmo, e tem refletido sobre sua experiência na tentativa de apreendê-la. Almeja sintetizar e, de certa maneira, universalizar o conhecimento extraído de sua experiência. Tem buscado racionalmente organizar e classificar a realidade.
Aristóteles foi o primeiro a apresentar um sistema onde foi possível identificar conceitos primordiais que permitissem estabelecer a identidade essencial de um objeto do conhecimento. Seu sistema foi uma tentativa de instituir uma equivalência entre como o objeto se apresenta e a representação mental que fazemos dele e de suas relações com outros objetos. Seu sistema de categorias constitui um instrumento de orientação para a intelecção da realidade ou verdade investigada. Elas permitem dizer o que é e o que não é, dizem como os objetos da experiência são ordenados e estruturados. Permitem identificar, entender e organizar as coisas do mundo. “Aristóteles visa descrever com suas categorias o reino dos corruptíveis, da natureza, em particular da vida orgânica.” (Mata, 2005, p. 13)
As categorias buscam fundamentar o conhecimento das coisas, possibilitam conceber o mundo como um complexo integrado de causas e efeitos que podem ser desvelados pelo trabalho intelectual. Aqui, o estagirita se afasta de Platão, pois visa emitir proposições descritivas do mundo sensível. “De fato, com Aristóteles tem início o esforço sistemático de exame da estrutura do pensamento enquanto capaz de forjar provas racionais”. (Pessanha, p. 23).
Com as categorias o conhecimento do mundo pode ser fundamentado; não se trata apenas de catalogar, de listar, mas de compreender a verdade das coisas corruptíveis. Em Aristóteles “o ser se diz de muitos modos”, e em acordo com a tábua das categorias, esses modos são identificados pelo peripatético como predicados da substância, e “... como haverá dois tipos de substância, a