Relatório de leitura - Categorias de Sócrates
(Unidade curricular: Filosofia Antiga)
Diogo Alexandre Sousa Colaço
Entre as dez categorias indefiníveis, proponho um relatório de leitura centrado na substância. No capítulo 2, Aristóteles concretiza uma classificação ontológica básica e essencial das coisas em quatro grupos:
As coisas ditas de um sujeito, mas que não existem em nenhum sujeito. Uma coisa dita de um sujeito constitui a essência deste. Uma exemplificação clara de
Aristóteles é o homem, que é dito de certo homem. Existir num sujeito é não ser uma parte deste, e no entanto ser incapaz de existir separadamente. São coisas que acontecem ao sujeito;
Coisas que existem num sujeito, mas que não são ditas de um sujeito. O exemplo de Aristóteles é o caso do branco que existe no corpo, mas que não é dito do corpo, pois claramente não constitui a sua essência;
Coisas que existem num sujeito e que são ditas de um sujeito. O exemplo de
Aristóteles é o caso do conhecimento que existe na alma e é dito da gramática.
Verificamos que o sujeito onde estas coisas predicam, neste caso difere do sujeito onde existem;
Finalmente, as coisas que não são ditas de um sujeito e que não existem num sujeito: as substâncias primeiras analisadas no quinto capítulo.
Não ser dito de um sujeito e não existir num sujeito são duas condições necessárias e suficientes para um ser individual e auto-subsistente. No entanto, as espécies e géneros destes seres individuais, que claramente predicam num sujeito, também são substâncias
(segundas), e existem devido ao facto das substâncias primeiras existirem. Se não existissem
cães, também não existia a espécie cão. Se não existissem animais individuais, não existia o género animal. Incluem-se, por isso, no primeiro grupo da classificação presente no segundo capítulo. Estas substâncias segundas não existem em nenhum sujeito. Destas, “a espécie é mais substância do que o