As Aventuras de KM contra o barão
Paisagens da verdade e autonomia relativa da ciência, logo de início, nos apresenta uma metáfora que compara o cientista social a um pintor, para exemplificar como os mesmos podem formar um ponto de vista.
Löwy nos conta que, segundo Mannheim, a "forma de olhar" do cientista social está diretamente relacionada com a classe que este se encontra (observatório), com as determinações das classes (nacionalidade, sexo, etc.), com a vinculação de certas categorias (estudantes, intelectuais, etc.) e com as organizações das classes (seitas, partidos, etc.).
"(...) uma mulher situada em um ponto de vista de classe determinado perceberá dimensões da realidade que a visão masculina, situada na mesma classe, tende a evitar (...)" (p.156)
A ciência, vista como "arte de pintar", também possui particularidades na obtenção de verdades, que são comuns a todas as ciências.
"(...) 1) a intenção-de-verdade, a busca do conhecimento como objetivo em si, a recusa de substituir este objetivo por finalidades extracientíficas ; 2) a liberdade de discussão e da crítica, a confrontação permanente e pública das teses e interpretações científicas. " (p.156)
Este se mostra um ponto de vista não muito abrangente e muito condicionado a classe, mas que também se mostra necessário para o esclarecimento dos assuntos afins à ciência.
" Um pintor que é contratado e pago para retratar uma paisagem em rosa, não poderá, se ele aceita estas condições, pintar as verdadeiras cores que ele observa de seu mirante..." (p. 156). Em seguida, o texto acrescenta a ideia de autonomia relativa, que enfatiza a importância das qualidades individuais do observador, onde Marx, Turati, Hyndmann, etc. compartilham dessa ideia. A autonomia relativa é, portanto definida como: "(...) a partir do ponto de vista de classe e a partir de uma das visões sociais de mundo que lhe