As 5 vias de Tomás de Aquino
A posição tomista do problema de Deus parte de sua orientação aristotélica, ao investigar que o conhecimento divino principie pelos sentidos, por meio de uma construção racional e argumentativa até chegar a comprovação da existência de Deus; portanto, a partir de uma argumentação a posteriori de conhecimento divino. Desta forma Santo Tomás de Aquino repudia toda a concepção a priori como o fez Santo Agostinho e Santo Anselmo, conforme descreve Etienne Gilson na obra História da Filosofia Cristã. Para Aquino é possível se demonstrar a natureza divina, pois a proposição “Deus existe” não é evidente; logo, ela precisa ser demonstrada.
Uma objeção feita a este argumento tomista é que Deus é matéria de fé, e fé não pode ser demonstrada, ao que Aquino responde que pelo efeito é possível conhecer a causa; logo, embora a existência de Deus não seja evidente, ela é demonstrável pelos efeitos que dela conhecemos. Aquino, então, desenvolveu cinco argumentos para provar a existência de Deus, são as cinco vias expostas na sua Suma contra os Gentios e na Suma Teológica.
1 - A primeira via é o argumento do primeiro motor, onde sua premissa parte de que pelos sentidos é possível observar que algo é movido neste mundo, e que tudo o que se move é movido por outro, e como é impossível uma série infinita de motores; logo, deve haver um primeiro motor, um motor imóvel, que o chama de Deus.
2 - A segunda via é a causa eficiente, onde Aquino parte de que nada do que existe é causa de si mesmo, pois todas as coisas existentes são efeitos de uma causa anterior, e isto remete a uma causa primeira que não tenha sido causada por ninguém, que é Deus.
3 - A terceira via é da contingência, onde o filósofo parte da premissa de que os seres são contingentes, pois podem existir e deixar de existir, porém é impossível que todos os seres sejam contingentes, pois do contrário alguma vez nada teria existido, e como do nada