ARTIGO: o futuro da propulsão electromagnética
MÁRIO PINHEIRO
Um efeito que resulta da interacção da matéria com o vácuo reside na força de Casimir: consiste num desequilíbrio da pressão de radiação entre duas placas metálicas ou dieléctricas colocadas muito próximas.
Acontece algo parecido como quando dois navios se colocam paralelamente um do outro: acabam por se atrair. Com muito engenho, propõe-se o uso deste efeito como forma de propulsão “sem combustível”.
O FUTURO DA PROPULSÃO
ELECTROMAGNÉTICA NA
EXPLORAÇÃO DO ESPAÇO
Q
uando Wernher von
Braun contemplou pela última vez o imponente
Saturno V, o foguetão construído pela NASA sob a sua supervisão e que permitiu às tripulações do programa Apolo escapar à gravidade da Terra e andar na superfície lunar, é provável que tenha pensado ser praticamente impossível ultrapassar em desempenho essa nave movida a propulsão química. A sua massa à partida é de 2750 toneladas, para colocar no espaço apenas cerca de 135 toneladas de material útil.
Esta desvantajosa aritmética é predita pela famosa equação do russo
Konstantin Tsiolkovski, o pai da astronáutica. Por isso, propulsão electromagnética é uma área empenhada em revolucionar o voo no espaço. Nesta categoria incluem-se a propulsão a plasma e a propulsão por reacção do momento electromagnético.
A propulsão a plasma consiste na aceleração de gases ionizados (isto é, um plasma) por aquecimento eléctrico ou/e a acção de forças eléctricas e magnéticas. Um dos motores com
mais sucesso funciona por efeito Hall, isto é, pela acção combinada de campo eléctrico e magnético cruzados.
À procura de formas alternativas de propulsão, admite-se a possibilidade de se poder viajar pelo espaço sem gastar combustível.
Em meados de 1920, dois físicos americanos, Paul Biefeld e o seu assistente Townsend Brown, descobriram que, quando um condensador é carregado a alta voltagem, este tem tendência a mover-se no sentido do pólo positivo. Argumentaram que a força resultaria de