artigo ilustrativo
José Dias Sobrinho é educador - UNICAMP
A avaliação institucional é hoje um dos temas de maior interesse e foco de conflitos no âmbito da educação superior. As experiências não dizem respeito simplesmente a uma instituição em particular ou até mesmo a um país isoladamente. O interesse por ela não se deve somente a seu potencial de transformação qualitativa, de melhoramento pedagógico e de maior eficiência de gestão, como geralmente espera a comunidade acadêmica, mas também e com crescente impacto ela se impõe em função das exigências de regulação e de controle da educação superior por parte dos estados. Por isso, faz parte de uma agenda internacional e ocupa um espaço de ampla importância no campo das políticas oficiais estabelecidas pelas instituições educacionais, pelos governos e por organismos internacionais de financiamento, para a educação superior e, por conseguinte, para a sociedade. Um dos motivos mais fortes de seu grande desenvolvimento recente é o progressivo enfraquecimento das políticas sociais e públicas e particularmente o processo gradual de deterioração dos orçamentos das universidades e dos financiamentos da pesquisa. A diminuição do financiamento público acarreta reflexos tão devastadores no cotidiano das universidades que até chegam a abalar sua estabilidade histórica. Boaventura S. Santos aponta três efeitos dos cortes orçamentários: 1) alteram as posições relativas das áreas de saber e, assim, desestruturam as relações de poder em que assenta a estabilidade institucional; 2) obrigam a universidade a submeter-se a critérios que não são os seus, como os da produtividade, o que produz avaliações sempre negativas; 3) quanto mais restritos os recursos, mais a universidade precisa buscar meios alternativos de sobrevivência, acentuando as contradições entre autonomia e responsabilidade social.
Embora cada vez mais carente de recursos, a universidade é instada a