Artigo Elei Es Europeias
(Victor Hugo, Congrès de la Paix, Paris 21 août 1849)
As eleições que foram realizadas em maio passado nos 28 Estados-Membros da União
Europeia têm sido entendidas por muitos, nos jornais nacionais e nas declarações dos partidos, como uma crítica inequívoca do projeto europeu, das suas ambições federalistas e da sua política neoliberal, face à vitória dos partidos e movimentos anti-euro e anti-Europa.
Analisar os votos para a eleição do Parlamento Europeu é relativamente difícil, em vista do monopólio de questões de política interna no debate eleitoral e da falta de visibilidade dos candidatos a Presidente da Comissão, eclipsados pelos líderes nacionais.
Por isso, a maioria das reações eleitorais fortes e anti-sistêmicas, como é o caso do ocorrido na França, no Reino Unido e na Grécia, nascem como uma resposta a uma crise política, social e econômica interna, em que a União serve como o imediato bode expiatório.
Todavia, o objetivo deste breve artigo é mostrar que, apesar das críticas e das leituras simplistas, o projeto europeu ainda está de pé e, mesmo parcialmente enfraquecido - é espontâneo perguntar-se se alguma vez na sua história teve uma plena saúde -, está pronto para saltar para os novos desafios que surgem no horizonte. Para começar, é importante lembrar que, com as eleições de 22, 23, 24 e 25 de maio deste ano, foram aplicadas pela primeira vez as regras contidas no Tratado de Lisboa, que entrou em vigor no dia 1° de Dezembro de 2009, relativas à eleição do Presidente da Comissão Europeia e também à entrada no Parlamento
Europeio de 11 novos deputados que representem o novo vigésimo oitavo EstadoMembro, a Croácia. Os dois são elementos que sublinham a vontade das instituições da UE em acentuar sua postura democrática e liberal.