Fala-se do amor de diversas maneiras: amor ideal, amor romântico, amor platônico, amor materno. Inclusive Platão, em sua obra "O banquete", deu a Eros, diversas conotações. É, não é novidade para ninguém que o amor é a maior força existente no univeso. Uma força que aproxima, transforma, borra e enlouquece milhares de pessoas, todos os dias. É capaz de embriagar, de fazer-nos sentir todas as emoções ao mesmo tempo: felicidade, ansiedade, expectativa, tristeza, insônia. Aproxima-nos o mais perto possível da magia, do fantástico. Do real e de nós mesmos. Nos primeiros estágios da evolução, há bilhões de anos atrás, surge a primeira expressão de amor, como fenômeno biológico, fenônemo cósmico. E desde então, a medida que o universo foi ganhando complexidade, forma, cor e abrangência, assim foi o amor. Assim foi essa expressão abraamica que faz-nos caminhar, que é espontânea. É natural. É sem poluentes - seu combustível é mais amor. Talvez por isso falte, esteja escasso. Pois o ser humano, ser errático, ser patético, evoluindo, teve a necessidade de consumir. E consumiram tudo: A mim, a ti, a eles. A todos eles que, por conta disso, escondem idade, vontades, sexualidade. Engolem a seco, quase que sem receio, o principal móvel da humanidade: o tanto falado amor. A cultura ocidental implantou esta doutrina. Implantou este paradigma catastrófico de identidade com exclusão da diferença. Pois fez com que víssemos o amor como um obstáculo. Uma pedra no caminho ao invés da própria estrada. Fez com que o amor fosse reduzido a uma relação monogâmica, capitalista e obsessiva. Reduziu-o a algo que se pode comprar em qualquer prateleira, algo palpável. Como se o amor necessitasse de provas, garantias, exibições - status de relacionamento em redes sociais. As pessoas esperam algo em troca por amar. Esperam ser amados. Será que ninguém mais lembra que, assim como o universo nos rodeia, o amor também? Não devemos esperar algo em troca por portar um sentimento do qual nos é a