Artes Pláticas
1° semestre de Artes Plásticas – Licenciatura
Prof. Átila
Análise crítica do quadro de Francisco José de Goya – Saturno Devorando seu filho
Denise Carvalho Rocha
Saturno devorando a su hijo
1820 - 1823 Óleo sobre gesso
57 1 / 2 polegadas x 32 3 / 4 polegadas de
146 centímetros x 83 cm
Museo del Prado, Madrid, Espanha
Quinta Del Sordo 1820, nos arredores de Madri, inicia-se “Las Pinturas Negras”, e entre elas a mais horrenda de todas “Saturno devorando a un hijo”. A obra apresenta traços psicológicos de algo que vai além da compreensão do que é real.
Qual seria sua intenção nesta obra, representar o pavor que emergia de suas agonias físicas, provocadas por suas doenças? Retratar, após uma década, os horrores presenciados de uma guerra devastadora? Ou representar o tempo sendo consumido pelo gigante colossal Chronos (chamado de Saturno pelos romanos), que devora seu filho para que o mesmo não ameace seu trono? O que fez o mestre retratar tal horror sem cor...
Em uma análise de cunho particular, acredito que Goya pode ser considerado um visionário do impressionismo com seu jogo de luz e sombra, traços indefinidos e inacabados, pinceladas fortes em meio a uma escuridão fúnebre. Definiu a obra no reboco da parede de sua casa, ao lado de outras pinturas negras. A obra, assim como as demais desta série, não recebeu título algum do artista, ele simplesmente a fez na privacidade de sua casa, sem a intenção de revelá-las aos olhos do público e guardando consigo o segredo de sua criação.
Obra sem título, obra sem significado oficial, há tantas sombras pesando em sua aura... Poeta das tintas conseguiu deixar na expressão de um olhar assustador, no canibalismo revelador, na fragilidade do devorado e na imponência impotente de um gigante melancólico que mais se desespera em estar devorando do que se sentir devorador, assim vou descortinando a sua obra com certo fascínio.
Com a morte da única pessoa capaz de