Artes plasticas no brasil ( historia).
Não havia dúvidas. Todos tinham certeza que o primeiro prêmio da Exposição Geral da AIBA - Academia Imperial de Belas Artes, naquele ano de 1879, seria dado ao artista plástico Estevão Roberto Silva (1844-1894), negro, possivelmente filho de escravos. Na solenidade de entrega estava presente o imperador Dom Pedro II. Mas o primeiro prêmio não foi para Estevão, que acabou recebendo uma homenagem menor. Ao ser chamado para receber a premiação. Estevão, com os olhos cheios de lágrimas, atravessou o salão e, diante do Imperador, com a voz forte da indignação e da mágoa, gritou: ”Recuso“. Estevão Roberto Silva matriculou-se na AIBA em 1864, seguindo o caminho de uma geração de filhos de famílias pobres, que ali buscavam uma forma de ascensão social. Formada quase em sua totalidade por negros, mulatos e brancos pobres, a primeira academia de ensino de artes plásticas do Brasil foi fundada em 1816, com o nome de Escola Real de Ciências Artes e Ofícios. Só em 1824 passou a se chamar Academia Imperial de Belas Artes (AIBA), e em 1829 era organizada a primeira exposição de arte no país. Assim o Brasil começa a contar sua História de artes plásticas. Uma História que na verdade começara em 1816, quando, no dia 6 de abril, chegava no porto do Rio de Janeiro o navio americano ”Calphe“, trazendo a chamada ”Missão Francesa“, chefiada por Joaquim Lebreton, e composta por um grupo de artistas plásticos. Dela faziam parte os pintores Jean-Baptiste Debret e Nicolas Antoine Taunay, os escultores Auguste Marie Taunay, Marc e Zéphirin Ferrez e o arquiteto Grandjean de Montigny. Esse grupo organizou, em agosto de 1816, a Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios, transformada, em 1826, na Imperial Academia e Escola de Belas-Artes. O início das atividades da Academia foi acidentado. Não só em função de fatos políticos, como a volta de Dom João VI para Portugal, como também por questões internas, como as desavenças de Debret com o