ARTE E TRADIÇÃO: A PERFOMANCE DA FOLIA DE REIS DA COMUNIDADE DAS ALMAS, MUNICIPIO DE JOÃO PINHEIRO (MG)
1624 palavras
7 páginas
ARTE E TRADIÇÃO: A PERFOMANCE DA FOLIA DE REIS DA COMUNIDADEDAS ALMAS, MUNICIPIO DE JOÃO PINHEIRO (MG)
Maria Célia da Silva Gonçalves (TRANSE/UnB)
PALAVRAS-CHAVE: Performance - Folia de Reis -Identidade
A Folia de Reis é um folguedo natalino que chegou ao Brasil com os colonizadores portugueses. No entanto, não existe em Portugal uma manifestação artístico-religiosa similar à Folia de Reis brasileira. Tudo indica que as Janeiras portuguesas foram o ponto de partida para a criação das folias no Brasil. Amorim (2007: 26) afirma que: “o primeiro auto de que se tem notícia é o Auto de
Los Reys Magos, escrito possivelmente no fim do século XI ou XII, na Espanha, onde surgiram significantes obras dramáticas de fundo religioso”. Na colonização brasileira o culto aos Reis Magos se fez presente como forma de catequização dos índios pelos jesuítas. Por ser um auto, cuja encenação centra-se no nascimento do Menino Deus, tornou-se ponto de fácil demonstração e conseqüentemente assimilação da fé em uma história muito importante para os fundamentos do cristianismo. Como observou Rios (2006: 67)
A folia, como a música e o drama, foi usada pelos jesuítas para a catequese.
Os padres Manoel da Nóbrega e José de Anchieta usavam a folia e outras danças nas procissões e nos autos, muitos escritos na língua geral. Com a consolidação da colonização, os rituais usados na catequese do índio disseminaram-se entre colonos portugueses, negros escravos e mestiços de toda sorte e foram incorporados às festas dos padroeiros.
Na década de 30 do século XX, estudiosos da cultura se preocupavam com o fim das manifestações artísticas popular no Brasil, entre eles podemos destacar um dos grandes pensadores,
Mário de Andrade, que em seus estudos sobre a cultura popular demonstrava preocupação com o fim das Folias de Reis em função da urbanização brasileira. No início do século XXI, já não existe mais essa preocupação por parte dos intelectuais. Os novos estudos sobre a cultura