Arte de sonhar
A gente vive falando que o brasileiro não tem memória e parece que insistimos em não ter.
Ora, hoje nada mais justo que se fale à exaustão do jogador Ronaldo e que se grave que estamos vivendo um momento da história do futebol.
Pois, só para que tenhamos uma dimensão temporal do momento, temos que perguntar: Quem era o Ronaldo até uma semana atrás?
Um “herói do passado”, que tinha se tornado motivo de piada, chacota e trocadilhos, sobre obesidade e fim de carreira.
Mas, temos que respeitar o tempo e relembrar quem foi este mesmo Ronaldo.
Simplesmente, o “Fenômeno”. O cara que nós como brasileiros sentíamos orgulho de ver entrando no gramado com a camisa da seleção. Que ao olhar para o campo tínhamos a certeza do gol, por ver “olha ele lá!”
O cara que nos fez gritar, vibrar e comemorar dezenas de gols e nos fez sentir dor com a cena de seu joelho se desfazendo. Verdadeiramente, o cara que já nos fez rir e chorar, independente do time para qual torcemos. Hoje muita gente reclama que se fala demais dele nos programas de esporte na TV.
Ora, devemos esquecer a camisa que ele está vestindo para lembrar que tempos atrás, se fosse 1, 2, 3 ou 100 programas só falando do Ronaldo fazendo gols com a camisa da seleção, estaríamos pedindo mais! Até mesmo se com a camisa do Barcelona, do Real e, porque não, com a do Milan, iríamos adorar! Porque, quantos de nós não torcemos para que o Ronaldo tivesse voltado no Milan, mas não deu.
Ora, estamos falando do nosso ídolo, o cara que cai por diversas vezes e insiste em levantar.
Também estou falando em história, porque um dia de amanhã vou contar para o meu filho a estória de um cara que foi o maior do mundo e depois, por muitos, não era mais nada.
O cara que sua presença foi posta como fundamental em uma final de uma Copa do Mundo e que o Brasil se assustou com a possibilidade de não tê-lo em campo, o mesmo cara que há uma semana era “banco”