Avaliação
Seu nome é Anísia. Ela é muito bonita, de um jeito diferente da minha mãe. A pele é negra, lisa e forte. Desde a primeira aula Anísia reparou em mim. Nos desenhos que eu rabisquei no caderno. Disse que eu tenho jeito pra fazer as caricaturas, quadrinhos, que eu tenho muito humor. Fiquei tão triste que nunca mais consegui conversar com ela. Mas, quando ela pede pra gente trabalhar, eu dou o sangue. Agora estou gostando de fazer esculturas. Bem, a Anísia é completamente diferente de outras professoras da escola. Cada aula é uma surpresa. E hoje o assunto na classe era a gangue VG. Muita gente queria saber por que os caras eram cismados com o tal do Picasso. Anísia sorriu. Ela nunca responde nada direto. Ela fala sempre de um jeito que faz a gente ficar pensando. “Sabe o quê?”, ela disse, “essa é uma boa idéia, por que vocês não fazem uma pesquisa sobre esses artistas e depois apresentam pra classe?” “Puxa, Anísia, assim não vale, agente só está com um pouco de curiosidade”, disse o Marquinho. “Tudo bem, vou contar um pouquinho dessa história. Picasso é um dos maiores artistas da pintura mundial, vocês sabem, mas ele também foi um grande defensor da paz.” Daí ela mostrou um quadro dele, a pomba, usada como símbolo mundial da paz. Depois, contou assim: “Em 1937, uma cidade chamada Guernica, na Espanha, foi destruída por bombardeios. Picasso odiava a guerra, então pintou a cena da destruição. Seu quadro se tornou símbolo da dor e da morte. Ou seja, o mesmo artista foi capaz de criar a mais perfeita imagem da paz e a mais dolorosa imagem da guerra. quando o embaixador de Hitler em paris foi visitar Picasso, dizem