Arte cicládica
A maioria eram presentes oferecidos a Deus, para O louvar, dar-lhe graças, para obter em contrapartida a Sua indulgência e os Seus favores. (...) O essencial da criação artística desenvolvia-se então em torno do altar, do oratório, do túmulo. Esta função de sacrifício justificava que se dedicasse uma grande parte da riqueza produzida pelo trabalho dos homens a embelezar esses locais. (...)
Na sua maior parte, estes monumentos, estes objectos, estas imagens, serviam também de mediadores, favorecendo a comunicação com o outro mundo (...). Estavam ali para tornar o ritual das liturgias numa correspondência mais estreita com as perfeições do Além (...), para guiar a meditação dos devotos, para conduzir-lhes o espírito per visibilia ad invisibilia, como diz São Paulo. Condescendentes, os homens de saber atribuíam-lhes, além disso, uma função pedagógica mais vulgar.(...)
Finalmente - e esta terceira função ligava-se com a primeira -, a obra de arte era uma afirmação de poder. Celebrava o poder de Deus, dos seus servidores, dos chefes de guerra, dos ricos. (...) Por isso, nas suas formas maiores, a criação artística, nessa época como em todos os tempos, desenvolvia-se nos lugares onde se concentravam o poder e os benefícios do poder. (...)"
"À medida que a autoridade romana enfraquecia, uma nova sociedade - com uma aparência muito diferente e um novo conjunto de valores - ia criando raízes no solo romano. Esta nova cultura, constituída em parte pelas tradições