Art nouveau
No século XVIII, o processo de industrialização provocou um grande número de transformações na Europa. Em pouco tempo, os centros urbanos eram tomados por trabalhadores que assumiriam os seus postos de trabalho nas fábricas. A rotina de milhares de pessoas era agora determinada por uma jornada de trabalho e subordinada à eficiência das máquinas. Ao mesmo tempo, a tecnologia possibilitava a produção em massa de mercadorias a serem consumidas em diferentes lugares do mundo.
Ao longo desse processo, observamos o nascimento de um forte interesse em conciliar a demanda acelerada por manufaturas das indústrias e as limitações impostas pelo trabalho artesanal. A fabricação em grandes escalas podia, cada vez menos, se sujeitar ao detalhismo e à demora do artesanato. Por volta de 1830, o governo britânico incentivou a criação de escolas de desenho que preparassem profissionais comprometidos com o desenvolvimento de um design aliado à produção industrial.
Na medida em que essas situações ganhavam público, observamos a manifestação de vários críticos avessos a esse processo de interferência do capitalismo industrial no mundo das artes. Para muitos desses, a padronização esperada pela Revolução Industrial viria a determinar um sério atentado contra as formas livres e originais que guiaram o fazer artístico ao longo dos séculos. Com isso, podemos ver que as origens do Art Noveau se impõem como uma reação aos ditames da emergente sociedade industrial.
John Ruskin (1819 – 1900), um dos mais influentes críticos de arte da Inglaterra, sai nessa época em defesa de uma arte inspirada no feito dos artesãos do período medieval. Ele combate fortemente os padrões arquitetônicos da época e destaca que a manutenção de uma arte genuina e verdadeira só poderiam acontecer em função da liberdade criativa. Sem dúvida, podemos assinalar claramente que as reflexões de Ruskin teriam enorme peso para que o Art Nouveau se firmasse entre as décadas de 1890 e 1910.