arquitetura
Carmem Leite Ribeiro Bueno e Ana Rita de Paula
A questão da acessibilidade é uma das reivindicações mais antigas dos movimentos das pessoas com deficiência e de maior visibilidade.
Como todo e qualquer fenômeno social, ele sofreu alteração ao longo da história e é importante compreender como estas transformações ocorreram, para termos um entendimento maior do que a acessibilidade significa hoje.
No início dos anos 80, com o surgimento dos primeiros movimentos reivindicatórios das pessoas com deficiência, no bojo da abertura política, buscava-se a eliminação de barreiras arquitetônicas , particularmente nas edificações, tendo como referência as necessidades específicas das pessoas com deficiência física.
Já em meados da década de 80, esse conceito ampliou-se referindo-se a espaços mais amplos quando se identificava barreiras ambientais para além das edificações.
Começa-se a discutir que, subjacentes às barreiras ambientais, encontram-se as barreiras atitudinais. Dessa forma, compreende-se que uma cidade sem barreiras é uma cidade onde os preconceitos foram minorados. No entanto, o acento ainda recai sobre as necessidades das pessoas com limitações motoras.
Com o início dos anos 90, há uma maior discriminação dos tipos de obstáculos existentes para as deficiência. Assim, são identificadas, além das barreiras ambientais e atitudinais, as barreiras de comunicação e de transporte. Essa diferenciação faz com que as outras deficiências sejam também contempladas. No entanto, há que se ressaltar que as necessidades das pessoas com deficiência eram estudadas uma a uma e propunha-se soluções para cada tipo de deficiência separadamente. Já em meados dos anos 90, surge o conceito de desenho universal, ou seja, um planejamento arquitetônico ambiental, de comunicação e de transporte onde todas as características das pessoas são atendidas, independentemente de possuírem ou não uma deficiência. O desenho universal