Arquitetura e Urbanismo
Morte e Vida de Grandes Cidades Americanas é um ataque aos fundamentos do planejamento urbano e da reurbanização modernos. É com estas palavras que Jane Jacobs começa seu livro que, apesar de ter sido publicado em 1961, ainda se mostra atual.
Ao longo do trabalho ela demonstra como o planejamento urbano tem sido prejudicial às cidades e pobre em diversidade. Como se tem gasto muito dinheiro com conjuntos habitacionais para a população de baixa renda que se tornam núcleos de delinquência e vandalismo. Empreendimentos para classe média monótonos, repetitivos, padronizados, sem vida urbana. Centros cívicos evitados por todos, exceto desocupados, sem melhores opções de lazer.
Estudando o funcionamento detalhado de alguns bairros de cidades americanas, Jacobs leva em conta seus órgãos mais vitais. Para ela, suas ruas e calçadas. Ela mostra como os moradores criam relações com a vizinhança e estas com os bairros e distritos. Explica como estas relações influenciam diretamente na vitalidade urbana, que depende da diversidade, característica das grandes cidades. Por fim, estabelece quatro itens que, combinados, ajudam gerar a diversidade e, consequentemente, a vitalidade urbana: A diversidade de usos, os edifícios antigos, o tamanho das quadras, e a necessidade de concentração.
As cidades têm como característica uma diversidade de usos complexa e densa. O planejamento deve catalisar e nutrir estas relações funcionais, ou relações de usos
(JACOBS, 2000, p.13).
Para entender melhor, recorramos aos exemplos da autora:
1. A área do Morningside Heights, na cidade de Nova York, possui extensas áreas livres distribuídas em playgrouds, gramados, campus. Está num terreno elevado, com uma bela vista do rio. Com pelo menos três instituições de ensino respeitáveis, hospitais e igrejas. Não tem indústria e o zoneamento é bem definido, evitando “usos incompatíveis”. Mesmo assim, rapidamente a área se transformou numa zona de