arquitetura,projeto e conceito
A idéia de um conceito que participe como elemento indutor do processo de projeto é de modo recorrente compreendida como algo externo a essas premissas, uma ficção, analogia, metáfora ou discurso filosófico que, servindo como ponto de partida, daria relevância ao projeto e milagrosamente articularia todos os condicionantes em uma forma significativa. Essa estratégia reduz a importância de dados existentes do problema e valoriza elementos que em princípio sequer existem como premissas necessárias para a realização da arquitetura. Na ausência de um grande padrão ideal legitimador das ações do arquiteto, já diagnosticada desde a emergência do pensamento pós-moderno, a busca de ficções legitimadoras isoladas como algo que confira qualidade à arquitetura tem sido uma estratégia usual tanto entre arquitetos que ocupam posições dominantes no cenário internacional como na produção local, prática e acadêmica.
Em contrapartida a essa tendência, proponho pensar o conceito como o esforço do arquiteto em compreender, interpretar e transformar os dados pré-existentes do problema arquitetônico, que se constituem em fundamento para seu trabalho: o lugar, o programa, e a construção. Esta abordagem não procura determinar um procedimento lógico e racional que concatenaria uma seqüência de resultados obtidos cientificamente a partir da observação dos condicionantes. Tal entendimento do processo de projeto – e por conseqüência, do conceito -, em oposição extrema à primeira abordagem citada, suporia a eliminação completa da subjetividade do arquiteto. Contudo, no processo de projeto, a compreensão e interpretação de