Armamento não letal

Armamento Não Letal: a solução pode se tornar problema

I – Introdução
As manifestações que ocorrem no Brasil todo estão evidenciando o uso de uma classe de armamento conhecida já há algum tempo nos meios militares, mas ainda pouco difundidas entre a massa civil: os armamentos não letais, ou menos letais como preferem alguns autores.
O Exército Brasileiro consoante com a constante evolução dos campos de batalha e as demandas pelo emprego da tropa em operações de garantia da lei e da ordem logo lançou uso desta forma de material bélico, sendo um dos precursores do ramo no país e principais usuários da nova tecnologia fornecida pela Condor Tecnologias Não Letais, empresa citada inclusive em publicações norte americanas (livro “Vencendo a guerra” de John B. Alexander) como uma referência na área.
Entretanto o mau uso pode transformar solução em problema e é este o propósito deste trabalho.

II – O emprego na Minustah
Desde os primeiros dias de operações no Haiti a tropa brasileira faz uso do armamento não letal disponibilizado pela cadeia de suprimentos e o grande êxito da missão em parte se deve ao emprego de tal meio, tendo em vista as características das forças adversas presentes naquele teatro de operações. Salvo na primeira fase da missão, onde houve intensos combates entre as forças da Minustah e os remanescentes do exército haitiano acrescidos de integrantes de gangues locais, a maioria dos embates ocorridos no meado da missão e que perduram até agora se dão contra uma população muito politizada e desarmada e que por isso mesmo é utilizada como peça de manobra por grupos locais para realizarem intensos protestos e depredações das já combalidas instituições públicas haitianas.
Uma grande demonstração do que exponho aqui se deu nos protestos de 2008 quando a população haitiana saiu às ruas para protestar contra a alta dos alimentos. Ao término das manifestações o que intrigava a imprensa e as tropas estrangeiras era como a tropa brasileira conseguiu