Aristotéles
Aristóteles rejeitou a teoria das formas ("idéias") de seu mestre, Platão, pois ela envolvia conceitos excessivamente abstratos; para ele, existem apenas seres e objetos concretos e reais, que podem ser percebidos pelos sentidos e analisados em termos de forma, constituição, construção e finalidade. Todas as coisas têm caracteres gerais, que permitem agrupá-las, e caracteres específicos, que as distinguem umas das outras.
Esse "sistema" permeia toda a obra de Aristóteles. Sua contribuição fundamental à Filosofia foi, no entanto, a criação da lógica formal e da lógica material, métodos que organizam e ordenam o raciocínio e o pensar. Dentre outras importantes contribuições, cite-se a retórica, estudo da palavra, uma das mais distintivas características do homem; a ética, estudo dos princípios racionais da virtude humana; e a política, estudo do comportamento do homem em comunidade.
Aristóteles estudou, ordenou, classificou e escreveu a respeito de toda a ciência e toda a filosofia antiga; "não teve continuadores, e sim comentadores" (Humbert, 1961). O pensamento aristotélico dominou de forma absoluta a Idade Média ocidental, influenciou os árabes e continuou praticamente incontestado até o século XIX.
O filósofo Aristóteles construiu, por volta de -335, uma escola de filosofia perto de um bosque consagrado a Apolo Lykeios; daí o nome "Liceu". Esse epíteto de Apolo é um tanto obscuro. Pode ser interpretado como "da Lícia", referência a uma das possíveis origens do mito; "destruidor de lobos", conseqυência da palavra λυκῆ, "pele de lobo", e de alguma antiga lenda que não chegou até nós; ou ainda "luminoso", que deriva da palavra *λύκη, "luz".
O pensamento de Aristóteles surge dentro de certo desenvolvimento em três etapas do que chamamos a Filosofia do Conceito - aquela que busca um objeto estável, algo que possa ser objeto de conhecimento, e o encontra, com Sócrates, no elemento conceptual da realidade. Elemento conceptual é a parte ou