Aqui, estamos agora falando de um outro tipo de assimetria, a que emerge do poder econômico, da capacidade financeira, da participação nos intercâmbios globais, a que está presente nas inovações tecnológicas, que podem
Nessa situação, os EUA ainda emergem como a potência hegemônica por excelência, com cerca de 1/5 do poder econômico mundial, mas não existe mais aqui, a capacidade de projetar poder como no sistema militar. Apenas um exemplo: o PIB dos EUA é similar, grosso modo, ao da UE, esta participa mais de trocas globais, mas os EUA têm maior projeção financeira, uma vez que o euro ainda não se fortaleceu como moeda de reserva internacional. Os EUA, por outro lado, acumulam enormes déficits gêmeos, no seu orçamento e na balança comercial, que têm de ser financiados com recursos de outros países, em especial os da Ásia, que acumularam enormes superávits de balanço de pagamentos na última década.
As assimetrias econômicas não deveriam ter conotação negativa, pois são elas que sustentam o padrão de trocas internacionais, uma vez que o comércio e o intercâmbio tecnológico só pode ser feito, justamente, com base nas assimetrias existentes. Assim, as alegações contra as assimetrias no Mercosul não têm muito razão de ser, pois são elas que sustentam a integração dessas economias, segundo um padrão de especialização que já foi resolvido teoricamente desde David Ricardo e não recebeu ainda desmentidos práticos. Mesmo a chamada criação, politicamente induzida, de vantagens comparativas dinâmicas, como registrado no caso da China, não chega a desmentir os fundamentos da teoria ricardiana, uma vez que a base da especialização e da competitividade está sempre presente, baseada fundamentalmente em recursos humanos, seja de baixa capacitação produtiva – como são os salários dignos do