Aquele filho não é meu
Composição lírica: AfirmativaMente Ngoga
Ano: 2013
Sinopse: depois de gestação. O suposto pai, descobre que o filho que a esposa teve não é dele. É a confirmação mais evidente do produto de uma traição. Agora, na sala da sua casa, diante deste facto, desenrola-se uma turbulência na psiquique do suposto pai, que oscila entre sua vaidade e os factos. Como (con)viver com esta situação.
Primeiro acto:
Tantas perguntas sem respostas lógicas para este tormento
Meus pensamentos ébrios de raiva, envenenam meus sentimentos
Tiro violentamente do dedo a aliança de casamento
E atiro brutamente contra a foto sorridente da minha esposa pendurada na parede.
Minhas lágrimas correm pelo meu rosto, deslizam, inundam meu umbigo e fazem dilúvio no meu peito.
De repente, entre soluços e prolongados monólogos, uma voz saiu aos gritos: Bbbbrevemente eu serei o próximo divorciado ou viúvo
… [a palavra viúvo ecoa no beat. Uma risada de gozo femenina no fundo do beat (este efeito pode ser descartado). Faz um intervalo de voz. O beat rola e seguidamente entra o segundo acto]
Segundo acto:
De joelhos trémulos, ainda incrédulo, ainda ébrio, com a testa suada por causa do mesmo tédio em pé já não me aguento, largo-me de costas no sofá escorrego, estico a mão, pego no pacote de vinho tinto e vou parar no chão.
Daqui não caiu mais, disse para mim num de consolação.
Meus nervos sobem e desobedecem a minha razão
Minha boca cospe palavras que se movem como centopeias
Sobem pelas paredes, atingem o tecto em poucos instantes e caem em mim em forma de eco:
9 meses de gestação, dei carinho e atenção e agora tenho como prémio no meu quarto o fruto duma traição!
Fala 1:
Hum irmão… a vida não é uma florista. Se você quer flores todos dias, faça tu próprio a tua plantação! Trate de tratar tu mesmo e seja eternamente vigilante!
Ainda de costas no chão no mesmo espaço, do mesmo prédio, deitado sobre o mesmo tédio
Eu, psicologicamente desorientado
Abraçando os pedaços que