APSA Evolucao do conceito de calor
Evolução do Conceito de Calor
Os atomistas gregos (filósofos dos séculos IV e V a.C.) imaginaram o calor como uma substância de estrutura atómica, com algum peso, que se difundia através dos corpos. Havendo dúvidas quanto ao peso exacto, pensou‐se depois que o calor fosse um fluido, ou seja, matéria sem peso capaz de entrar e de sair através dos poros mais pequenos.
No século XVII, físicos como Francisco Bacon (1561‐1626), Galileu (1524‐1642) e Boyle (1627‐1691), não aceitando o calor como um fluido, admitiram que o calor se poderia interpretar como uma manifestação do movimento das partículas dos corpos aquecidos.
Na década de 1780‐1770, Joshep Black (fig 1) distinguiu calor de temperatura, desenvolveu métodos calorimétricos e introduziu os conceitos de capacidade térmica mássica e de calor de transformação. Verificou experimentalmente que, ao colocar em contacto um corpo frio e um corpo quente, a energia perdida como calor pelo que arrefece é igual à energia recebida como calor pelo que
Figura 1 Joshep Black (1970‐1799).
Físico escocês, professor na
Universidade Glasgow, pioneiro do estudo do calor
aquece. Este facto levava a pensar no calor como um fluido que passava do corpo quente para o corpo frio, conservando‐se tal como a matéria numa reacção química.
O fluido, a que Lavoisier (1743‐1794) chamou «calórico» em 1787, tendo‐se mesmo incluído na lista dos elementos químicos, tinha duas importantes propriedades: as partículas de calórico repeliam‐se entre si, mas eram atraídas pelas partículas dos corpos. Com isto, explicavam‐se muitos factos. Por exemplo:
‐ um corpo dilata‐se ao ser aquecido porque as partículas de calórico se dispersariam tanto no corpo que o obrigavam a aumentar de volume;
‐ quando se martela um metal, este aquece porque, ficando as partículas do metal mais próximas umas das