Aproximações entre o serviço social e a gestão social em defesa da competência ética e política da profissão
Em defesa da competência ética e política da profissão
Autor: Neemias Miquéias Silva Soares
Orientador: Pedro Alves Fernandes
A gestão social está condicionada às ações públicas em defesa e promoção dos cidadãos, tendo em vista a redução das desigualdades sociais, não se reduzindo ao âmbito do terceiro setor. Por entender a gestão social como um instrumento de transformação pela via dos direitos e da justiça social, bem como uma modalidade específica de gestão, o artigo em questão se propõe a discussão conceitual do termo gestão social e o diálogo necessário com o Serviço Social pela convergência estabelecida entre seus princípios e direção política.
O surgimento do Serviço Social remete a práticas assistencialistas reconhecidas como mérito pessoal e religioso, ambas envoltas no processo histórico vivido pela Europa e posteriormente pelos Estados Unidos. O ordenamento do Serviço Social como profissão se deu nos primórdios do século XX. No Brasil, a primeira escola de Serviço Social surge em 1936, estando associada à influência católica que protagonizou o ordenamento da profissão em toda América do Sul, estratégia política para se afirmar hegemonicamente no continente. Profissão elitizada, calcada na doutrina neotomista, consolidou-se pelo aparato do Estado que promovia a subalternidade associada ao discurso modernista e posteriormente, populista. A herança da profissão se alicerçava na omissão do Estado perante o afago técnico promovido pelo assistente social, crédulo do seu papel como apaziguador, e por que não dizer controlador das insatisfações sociais. A credibilidade de fazer o bem promoveu por décadas, a alienação social e profissional. Nos termos de Iamamoto (1982), um reprodutor das relações sociais. Por se tratar de uma profissão decorrente da lógica do capital, cujas supostas igualdade e liberdade deveriam ser defendidas pelas vias da desigualdade e omissão, institui