APRESENTAÇÃO Redes
Há tempo a geografia discute e analisa um grande número de redes inscritas no território (redes urbanas, de comércio, de transportes, etc). Desde o seu surgimento (e até os dias atuais), estas estruturas reticulares têm como função primeira a distribuição/circulação de matérias primas, objetos, pessoas sendo o objetivo principal do seu estudo compreender a lógica e a produção mesma dos movimentos, bem como a sua distribuição e extensão no espaço geográfico.
O conceito de rede não é atual. Segundo Milton Santos (1999c), a palavra rede teria vindo da Química, com Lavoisier, na passagem do século XVIII para o XIX. Ressaltava-se o caráter de articulação e interdependência dos elementos. A partir do momento em que houve uma revolução intensa e rápida nos meios de transporte e comunicação, aumento de intercâmbio entre locais, difusão e uma maior integração entre o setor financeiro global, já no século XIX, tal conceito foi empregado com mais freqüência. Nos dias atuais esses processos vêm sendo intensificados e mais ainda se falam em redes. A rede implica fluxos, conectividade (DIAS, 2001), este último termo presente já na obra do geógrafo francês Jean Brunhes. A rede é “um conjunto de nós interconectados” (CASTELLS, 2003, p. 566)2. As redes não estão relacionadas somente aos fluxos e conexões. Para que haja fluxos, são necessários fixos, afinal, os fluxos possuem origem e destino. Nesta dinâmica, os fixos são constantemente refuncionalizados. Tais termos são complementares e interdependentes. Fluxos geram fixos que por sua vez geram novos fluxos (SANTOS, 1999c). A rede, ao promover relações, intercâmbios, alterando ou podendo alterar