Aprendizagem escolar e construção do conhecimento
A atividade exploratória na escola
A) Hipóteses diretrizes
A partir deste momento, e em função do que antecede, adotaremos uma definição ampla das atividades espontâneas de exploração e qualificaremos como tais todos os comportamentos, ou seqüências de comportamentos, que respeitem simultaneamente os seguintes critérios: a) são provocados por estímulos, ou configurações de estímulos, externos ao organismo e aparecem na ausência de necessidades biológicas primárias; b) tomam como conteúdo os objetos (ou estímulos) que os desencadeiam; c) dão lugar a uma série mais ou menos ampla de manipulações observáveis que estão organizadas em função de uma finalidade precisa; d) esta finalidade, subjacente às manipulações e responsável pela sua organização, não aparece necessariamente desde o começo, uma vez que pode apresentar-se no transcurso das manipulações e estar sujeita a várias modificações; e) a finalidade não corresponde a qualquer imposição externa direta (ordem, instruções, etc.); f) em qualquer caso, um dos resultados deste comportamento é a obtenção de informação acerca do objeto ou estímulo desencadeante.
Definidas assim, as atividades espontâneas de exploração, que situamos na base dos processos psicológicos de investigação da realidade, constituem o objeto de nosso trabalho numa dupla vertente:
- no contexto escolar, com relação à iniciação às ciências experimentais na escola primária quando postulamos:
- que tais atividades, que pressupõem a atividade do sujeito no sentido que a psicologia genética atribui a esta expressão são um ponto de partida ótimo para esta iniciação;
- que tais atividades delimitam o âmbito no qual podem e devem inscrever-se as intervenções pedagógicas; em si mesmas, porquanto as observações realizadas devem proporcionar um conjunto de dados que permitam que nos pronunciemos sobre os seguintes pontos:
- a