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Mas o que está realmente por trás desta “preguiça” de paquerar? Por que parece doloroso retomar o processo de descobrir novas pessoas do zero?
Normalmente, quem sai de um namoro longo tinha a vida bem estruturada e relativamente previsível, ou seja, os passos estão pré-configurados e nenhuma grande reviravolta está à espreita na próxima esquina.
A vida de solteiro é um pouco mais inusitada e cheia de descaminhos. A pessoa sabe como uma noite vai começar, mas nem sempre sabe como será o final.
Aquilo que as pessoas chamam de preguiça na verdade é o medo do desconhecido e das próprias fantasias catastróficas de sofrimento e mal-estar. Ao se imaginarem paquerando começam a fantasiar todos os desdobramentos entre a fase inicial até o namoro sério. É como se já quisessem tudo pronto, sem muito esforço e sem perder o controle de nada.
No entanto, o solteiro recente precisa passar pela fase de descobrir o jeito da outra pessoa, ver se o sexo “bate”, se as vidas se alinham, se as rotinas se adequam, se as famílias são parceiras (ou oponentes), se os sonhos se ajustam. Eu poderia citar uma centena de pequenas adaptações com as quais uma pessoa com pouca disponibilidade emocional acaba tendo que lidar mesmo sem muita vontade.
Em geral, após o término de uma relação é como se a pessoa saísse de uma maratona onde os acordos estavam relativamente feitos para fazer fluir aquela história. Ela quase criou um país com língua própria para deixar tudo bem funcional e com o fim da relação parece que essa quebra desmorona como sequência de dominós. Começar tudo de novo