Apostila ECD
MODELO ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
Ruy Santacruz maio/2004 Desde a década de 50 a visão estruturalista do funcionamento dos mercados baseia suas pesquisas num corpo analítico que relaciona o desempenho dos mercados, em termos de bem-estar (preço e quantidade), com um determinado elenco de atributos característicos de sua estrutura, principalmente grau de concentração da oferta e nível das barreiras à entrada. Identificado na literatura como o modelo estrutura-conduta-desempenho (ECD), vem sendo utilizado como referência obrigatória da economia industrial.
Constituiu-se, na sua origem, numa tentativa de desenvolvimento teórico decorrente da crescente insatisfação com a análise tradicional da concorrência perfeita, ou seja, buscava alternativa ao paradigma racional-maximizador. O modelo teve sua origem no reconhecimento da necessidade de uma nova teoria do desempenho econômico que representasse uma ruptura com a análise tradicional, e que ao mesmo tempo fosse capaz de identificar os objetivos econômicos que deveriam ser perseguidos pelas políticas públicas. Sendo assim, procurou identificar, desde logo, aquelas características dos mercados e da concorrência que fossem mais eficientes na geração de efeitos positivos sobre o bem-estar. A análise estruturalista requer considerações em dois planos. No plano das características da organização da firma é preciso considerar que o gerenciamento dos preços e produção é função não apenas das pressões de mercado, mas é também influenciado pelas reivindicações trabalhistas, formas de organização gerencial, etc.
Já no plano das estruturas de mercado, além do número e tamanho das empresas produtoras e compradoras e do grau de homogeneização do produto, outros fatores seriam importantes para explicar a política de preços e produção, tais como outras características do produto, custos, distribuição, nível de barreiras à entrada de novos produtores, estágio de desenvolvimento do