Apologia de s[ocrates
Pensando neste assunto, ao ler matéria em jornal, sobre detentos que já poderiam estar em liberdade tentando se reabilitar, mas que pela justiça morosa, apodrecem em celas como ratos, devaneios vieram povoar minha cabeça nesta manhã.
Bom, mas este é assunto contemporâneo, “todo-mundo-sabe-que-todo-mundo-sabe”. Então, numa vã expectativa de tentar entender um pouco mais a nós mesmos, seres humanos, me remeti à Sócrates e senti que falando de seu julgamento, eu poderia, ao menos, dividir com vocês minha aflição frente a tantas verdades confusas, tantos erros sociais, e tantas injustiças.
Quando Começou
Há 399 a.C., Sócrates, diante do tribunal popular, é acusado pelo poeta Meleto, pelo rico curtidor de peles, influente orador e político Ânito, e por Lícon, personagem de pouca importância.
A Acusação
A acusação era grave: não reconhecer os deuses do Estado, introduzir novas divindades e corromper a juventude. O relato do julgamento feito por Platão (428-348 a.C.), a Apologia de Sócrates , é geralmente tido como bastante fiel aos fatos. É dividido em três partes. Na primeira, Sócrates examina e refuta as acusações que pairam sobre ele, retratando sua própria vida, procurando mostrar o verdadeiro significado de sua “missão”. Dirige aos homens palavras que contestam o enriquecimento sem virtude, afirmando que a riqueza deverá vir através da virtude.
Noutro momento de sua defesa, Sócrates dialoga com um de seus acusadores, deixando-o bem embaraçado quanto ao significado da acusação “corromper a juventude”. Demonstra que está sendo acusado por Meleto de algo que este mesmo não sabe ao certo o que significa.
Em nenhum momento de sua defesa - segundo o relato platônico -