APOLOGIA DE SÓCRATES E FILOSÓFIA E POLÍTICA (HANNA ARENDT
Platão acreditava que Sócrates, usasse da persuasão durante o julgamento, para convencer os juízes de sua inocência, mas como usou da dialética, Platão se desencantou da persuasão. Então começou a acreditar que a cidade não era segura para os filósofos, mas ainda assim alimentava a esperança de que os filósofos deveriam governar a polis.
Ele não negava que o filósofo se preocupava mais com as questões eternas e imutáveis, e não com as humanas, mas discordou quando a polis concluiu que o filósofo sem se preocupar com o bem humano, corria o risco de se tornar um inútil. Para Arendt, o erro de Sócrates foi se dirigir aos juízes de forma dialética. Sócrates discutiu o assunto da mesma forma que falava de qualquer outra coisa. Seu objetivo era ajudar os outros a darem luz, o que eles próprios pensavam descobrirem a verdade em sua doxai. A essa arte ele chama de maiêutica, ele sempre começava seus discursos com perguntas.
Sócrates queria através da maiêutica, tornar os cidadãos mais verdadeiros, não para educá-los, mas para aperfeiçoar-lhe a doxa. No ponto de vista de Arendt, Sócrates tentou estabelecer um relacionamento de amizade com os atenienses.
Segundo Arendt, Sócrates é a figura que intenta conciliar filosofia e política em si mesmo, mas ainda assim foi condenado pelos inventores da democracia.
Arendt nos apresenta um Sócrates que substitui a persuasão pela dialética, e a opinião pela verdade.
Para ela Sócrates era verdadeiramente sincero quando insistia nada saber, quando indagava seus interlocutores, tão somente pelo gosto do pensamento. Atividade que julgava benéfica e não prejudicial a cidade.
Segundo Arendt, Sócrates se julgava como aquele que não tem a verdade absoluta para ensinar os atenienses, mas seu objetivo era despertar a atenção para o que diziam e pensavam. (MAIÊUTICA)
Sócrates é tido como o mais sábio entre os homens, por que não intenta substituir