Apologia Da Hist Ria Coment Rio
Autor: Marc Bloch
Publicação: Escrito em 1944 e publicado por Lucien Febvre em 1949
Comentários: Paulo Christian M.M. da Cruz1
Considerações prévias
Este é um comentário sobre a obra de Marc Bloch Apologia da História ou o
Ofício do Historiador. Sendo assim, não é uma resenha sobre a obra, e muito menos exclui a leitura da mesma, devendo o interessado neste comentário, utilizar este texto em conjunto com o texto do historiador francês. Este comentário aborda a totalidade desta obra inacabada, trazendo as principais ideias teórico-metodológicas propostas pelo autor, mas não a totalidade de seus exemplos, que dada a sua genialidade, são muitos.
Este texto foi construído com dois objetivos: como material de apoio na disciplina de
Teoria da História para o 2° da graduação em História da Universidade de Taubaté e como forma de sistematização do meu estudo para o processo seletivo do mestrado em
História Social da Universidade de São Paulo (USP).
Paulo C.
Introdução
Aluno da École Normale, Bloch dividiu suas análises com seu ativo engajamento na Primeira e em especial na Segunda Guerra Mundial, tendo lutado ao lado da Resistência Francesa. Tendo sido feito prisioneiro durante a luta e somada ao fato de ser judeu, Bloch foi então enviado a um campo de concentração. Na latência da derrota francesa, o autor buscava não somente uma explicação a esta última, mas um confronto com o paradigma historiográfico estabelecido e além, com o paradigma das ciências humanas.
Redigida no interior do campo, esta obra inacabada não se apresenta majoritariamente como uma obra de Filosofia da História segundo Le Goff, mas sim uma obra de metodologia e de contestação do paradigma citado, cuja visão manifesta-se nas pessoas de Charles Seignobos e Chales-Victor Langlois, do qual Bloch opõe-se baseando-se na sociologia de Émile Durkheim e em dezenas de outros profissionais, em especial os da psicologia, buscando uma verdadeira renovação da