aparatos belicos
Roberto Navarro | 01/09/2006 00h00
Enquanto o brasileiro Alberto Santos Dumont opunha-se ao emprego do aeroplano como máquina de guerra, nos Estados Unidos, os irmãos Wilbur e Orville Wright consideravam a atividade militar como uma das principais aplicações da nova invenção. “Em fevereiro de 1908, eles conquistaram o primeiro contrato assinado pelo governo americano para desenvolver um avião militar. As especificações previam que o aeroplano deveria ser capaz de transportar duas pessoas e atingir velocidade de pelo menos 64 quilômetros por hora, percorrendo cerca de 200 quilômetros. Em junho de 1909, os irmãos Wright entregaram a primeira unidade”, conta o historiador americano John Guilmartin Jr., da Universidade do Estado de Ohio. A partir de 1910, começaram as experiências para equipar os aviões com armamento, quando o alemão August Euler obteve a primeira patente para a instalação de uma metralhadora num biplano. As décadas seguintes provaram que os irmãos Wright estavam certos: a utilização do aeroplano para fins militares seria fator essencial para o desenvolvimento da aviação.
A primeira vez que um avião foi usado numa guerra foi em 23 de outubro de 1911, durante a Guerra Ítalo-Turca. Naquele dia, um piloto italiano fez um vôo de reconhecimento com uma hora de duração sobre as posições inimigas perto de Trípoli, na Líbia. Nove dias depois, ocorreu o primeiro bombardeio feito por aeroplano em toda a história, quando outro piloto italiano lançou quatro granadas sobre posições turcas. Quando começou a Primeira Guerra Mundial, em 1914, os aviões ainda eram empregados quase exclusivamente em atividades de reconhecimento. Durante o conflito, novos desenhos surgiram e foram aperfeiçoados para adaptar-se a novas missões. No início de 1915, a Grã-Bretanha colocou em serviço o Vickers