Apagar incêndio, desarmonia administrativa
Numa ensolarada manhã de domingo do mês de abril próximo passado, assisti a evento cultural de excelente qualidade, com entrada franca, realizado no Parque Américo Renê Giannetti, popularmente conhecido como Parque Municipal de Belo Horizonte, aprazível e tradicional área de lazer da capital mineira.
A virtuose dos músicos da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, sob a magistral regência do maestro Roberto Tibiriçá, e o motivo determinante do fechamento temporário do Parque Municipal, que naquele dia estava sendo reaberto, levaram-me à seguinte reflexão indagativa: por que os gestores públicos brasileiros e as respectivas equipes não atuam em perfeita harmonia, a exemplo de uma orquestra sinfônica?
Formulei tal indagação porque as ações destes (gestores públicos) – ao contrário dos atos daqueles, devidamente planejados e treinados de forma exaustiva –, dão mostras, muitas vezes, de que carecem de melhor, ou de que não têm nenhum, planejamento, treinamento ou preparação. Os eventos para confirmar tal asserção fazem parte do nosso cotidiano e vários deles se transformaram em farto material para manchetes atraentes e notícias veiculadas na mídia. Senão vejamos.
O fechamento do Parque Municipal para vistoria técnica, depois da morte de caminhante naquele local, provocada pela queda de árvore. As operações de salvamento e socorro às vítimas das reiteradas tragédias na Região Serrana do Rio de Janeiro. A instalação de medidores fixos de velocidade (pardais) na rodovia BR-381, sentido Vitória-ES, trecho que passou a ser conhecido como Rodovia da Morte, pelos inúmeros óbitos originados dos acidentes envolvendo automóveis ali registrados. E, mais recentemente, a interdição e posterior demolição da Ponte dos Borges sobre o Rio das Velhas, devido ao comprometimento de sua estrutura.
Essas medidas, como intuitivo, são denominadas de ações reativas, cujo principal objetivo, no jargão dos administradores, é “apagar