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RESENHA: LUCKESI, Cipriano [et.alli]. “Universidade: Criação e produção de conhecimento”. In: Fazer Universidade: uma proposta metodológica. 12ª edição. São Paulo: Editora Cortez, 2001.

A UNIVERSIDADE QUE QUEREMOS

Douglas Leandro Figueiredo e Wanderson Nunes1
Marco Sella2

O processo para adquirir conhecimento, em nossa cultura, está totalmente ligado à escola, que é a base de todo o sistema educacional. Partindo deste sistema, Luckesi e os demais autores buscam compreender, a partir do sistema educacional, a universidade que temos, e também formular com clareza a nossa busca pela universidade que queremos, que para ele, é um recanto privilegiado onde se cultiva a reflexão crítica sobre a realidade, criando assim conhecimentos com bases científicas3.
Ao analisarmos a história da universidade no mundo, percebemos que na Antiguidade Clássica, mais precisamente na Grécia, já existia um sistema de ensino tido como de alto nível, formando especialistas em diversas áreas do conhecimento. Porém, foi entre o final da Idade Média e da Reforma que surge a universidade, quando a Igreja Católica se torna a responsável pela unificação do ensino superior. Esta universidade era baseada na imposição de verdades e na luta contra novas ideias.

Os dogmas eram impostos – ensinados – através de teses autoritariamente demonstrativas. Tais teses, se contestadas, geravam a ira das autoridades e das instituições guardiães da ortodoxia, o que implicava sempre em penas que variavam de acordo com a gravidade da contestação, como a fogueira, prisão, afastamento das funções, perda da cátedra, excomunhão, index etc....4

Já no século XIX, com o surgimento da industrialização e recorrentes questionamentos vindos dos iluministas, a universidade medieval sobre um golpe e a universidade napoleônica ganha força na França. Esta surge em função da necessidade de profissionais especializados e é fragmentada em escolas superiores que são isoladas em seus objetivos próprios. Em