Análise sucinta da obra satírica de Tomás Antônio Gonzaga

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Análise sucinta da obra satírica de Tomás Antônio Gonzaga

Logo no Prólogo das Cartas chilenas, cuja autoria fora confirmada por alguns estudiosos, principalmente Rodrigues Lapa, de Tomás Antônio Gonzaga, percebemos que há certa ironia, um tom de deboche e de sarcasmo que Critilo lançou mão para debochar, denunciar e criticar do governo e da pessoa que rege tal cargo no Chile, o governador Fanfarrão Minésio: “(...) as Cartas Chilenas, que são um artificioso compêndio das desordens, que fez no seu governo Fanfarrão Minésio, general de Chile.” (1º parágrafo). Daí a ser caracterizada satírica. O substantivo sublinhado nos auxilia nessa parte da análise. Essa obra me faz lembrar bastante dos poemas satíricos de Gregório de Matos pela maneira com que as ironias e os deboches são feitos, e ainda, pela simplicidade e pelo modo de como é trazida a linguagem, é perceptível também certa semelhança com o estilo literário Realista de Eça de Queiroz, principalmente se comparada ao conto Civilização. Percebemos uma característica arcadista de suma importância que ratifica o fato de essa obra pertencer ao período arcádico no Brasil que é o uso de apelidos. Essa é a chave que abre as portas para um estudo mais aprofundado. Uma vez sabido disso é possível interpretar melhor toda a obra já que esse recurso é sustentado até o fim das cartas. Tomás Antônio Gonzaga fingiu ser Critilo e escreveu essas cartas endereçadas a Doroteu, que na verdade é Cláudio Manoel da Costa. Nessas cartas havia uma sátira aos desmandos administrativos e morais de Luís da Cunha Meneses, apelidado por Fanfarrão Minésio, até então governador de Chile, na verdade Vila Rica (atual Ouro Preto-MG). Na dedicatória há outro exemplo de ironia utilizado pelo eu-lírico: “Dois são os meios porque nos instruímos: (...) outro, quando vemos ações indignas, que nos excitam o seu aborrecimento. Ambos estes meios são eficazes: (...) representam a um monstro, coberto de

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